Evento foi encerrado na véspera do dia de enfrentamento nacional à violência sexual praticada na infância e juventude
O debate sobre conquistas históricas de Mossoró no atendimento às crianças e adolescentes que sofreram violência ou exploração sexual foi a tônica do último dia do seminário “O desafio de proteger a criança em tempos de pandemia”, promovido pela Rede de Proteção e Cuidados a essas vítimas. O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) além de emitir certificados para os participantes, também atuou dando apoio à organização.
O evento foi encerrado nesta nesta segunda-feira (17), véspera do 18 de Maio, data alusiva ao enfrentamento nacional à violência sexual praticada na infância e juventude. É possível acessar o conteúdo no canal da Prefeitura de Mossoró, no youtube (clique aqui).
A primeira palestra tratou de “Duas conquistas históricas de Mossoró no atendimento à criança e ao adolescente vítimas de violência: o Comitê Local da Rede de Cuidados e o Centro de Referência Flor de Lótus”. A fala inicial foi da coordenadora do comitê, Janielly Mendonça, que fez um resgate histórico sobre os esforços empreendidos para a estruturação do comitê (criado por resolução do Comdica em 2020) e do Centro de Referência Flor de Lótus, no Hospital Maternidade Almeida Castro (inaugurado em outubro 2018). "Já começamos a partir de 2019 o processo de monitorar e estruturar o fluxo existente para garantir cada vez mais a melhoria do atendimento a essas crianças e adolescentes", frisou.
"A finalidade do comitê é articular, mobilizar, planejar, acompanhar e avaliar as ações da rede intersetorial, além de colaborar para a definição dos fluxos de atendimento e o aprimoramento da integração do próprio comitê", explicou a vice-coordenadora do Comitê Local da Rede de Cuidados, Sônia de Melo Feitosa, destacando que tem sido realizada uma dinâmica intensa de reuniões com os atores que fazem parte do Sistema de Garantias.
A vice-coordenadora frisou que o comitê vem se constituindo em uma importante micro instância de discussões e decisões em torno da construção de um fluxo de atendimento que promova a integração articulada e coordenada das políticas intersetoriais e dos equipamentos e serviços. “É primordial a construção do fluxo para que não revitimizemos as crianças e os adolescentes e para isso precisamos conhecer o fluxo de cada serviço envolvido na rede”, afirmou. Sônia ainda mencionou os desafios que têm pela frente (ENTRAR SLIDE) tendo como perspectiva a rede assumir o protagonismo da proteção da infância e juventude em Mossoró de forma preventiva.
A médica plantonista do Hospital Maternidade Almeida Castro e membro do Flor de Lótus, Isabelle Cândido Fernandes Diógenes, abordou quais são os atos que se enquadram no crime de violência sexual, contextualizando também com dados sobre feminicídio e violência sexual e doméstica contra mulheres. Em seguida esmiuçou as diretrizes previstas em dispositivos legais a respeito do atendimento ás vítimas de violência sexual pelos profissionais de seguraça pública e da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), explicando como funciona o Flor de Lótus (desde o atendimento, até os exames e medicamentos que são ofertados e o encaminhamento feito para outros atores da rede).
"Quando o abuso sexual acontece, quantas outras violências, como negligência, o abuso psicológico e a violência física, já aconteram até se chegar no estupro de vulnerável?", questionou a psicóloga e integrante do Fórum DCA/RN e consultora do Canal Futura, Ana Amélia Melo, que ministrou a palestra "O autocuidado da criança: apresentação do projeto 'Crescer sem violência'".
É por isso, que, de acordo com Ana Amélia, é preciso pensar cada vez mais na perspectiva da prevenção. “Não queremos que as crianças cheguem à rede desta forma, queremos por outros caminhos. É nessa perspectiva que o Canal Futura tem uma ação desde 2007 em parceria com o Childhood Brasil e a Unicef, que pensa a difusão e a formação dos atores da rede de proteção em todo o território nacional”, contou, passando a explicar as etapas que compõem o projeto e seus resultados.
Para mais informações sobre o projeto, acesse: https://www.futura.org.br/projetos/crescersemviolencia/