A comunidade do “Amarelão”, em João Câmara, recebeu nesta quarta-feira (9), a visita da equipe do Ministério Público do RN dentro da programação do terceiro dia do projeto MPRN Perto de Você.
As pessoas que fazem parte do “Amarelão” buscam o reconhecimento legal como comunidade indígena. Entre os promotores de Justiça que participaram da visita estava a coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias do Meio Ambiente, Rachel Germano, e o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Idoso, Pessoa com Deficiência e Minorias (Caop Inclusão), Guglielmo Marconi. Segundo ele, a maior questão é o conflito entre a manutenção das tradições e do modo de vida indígena e a influência da vida urbana.
“Verificamos que as pessoas ainda mantêm características bem marcantes da cultura indígena, como a produção artesanal da castanha, tratamento de saúde tradicional, danças, registro da memória e da história da comunidade e até mesmo um dicionário próprio. Percebe-se esse cuidado em manter a identidade cultural, mas também se vê muito claramente que essa identidade já começa a ser ofuscada pela integração com o modo de vida urbano. Então, para o Ministério Público é importante conhecer de perto essas questões para estarmos preparados para lidar com as possíveis demandas que possam surgir dessa localidade, explica Guglielmo Marconi.
O dia também contou com atendimentos na estrutura móvel, atividades como visitas de estudantes de escolas públicas e privadas de João Câmara, reunião sobre leitos de saúde mental no
Hospital Regional de João Câmara; reuniões de trabalho com representantes das Secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social e Conselho Tutelar; e com mais uma rodada de negociação do projeto Lixo Negociado. Desta vez, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Rachel Germano, conseguiu a adesão do prefeito de Poço Branco ao projeto.
“Essa comarca apresenta o potencial para dar um passo a mais no projeto Lixo Negociado, uma vez que a proximidade da região a um aterro sanitário, permite que possamos erradicar os lixões e dar um destino adequado aos resíduos sólidos. E nós queremos aproveitar esse potencial”, explica Rachel Germano.
Nesta quarta-feira, o MPRN deu seguimento às capacitações na região, oferecendo uma formação aos conselheiros de saúde sobre o tema “a prática do controle social do SUS no Rio Grande do Norte”; e uma palestra sobre comunicação não violenta aplicada a
cuidadores de idosos e pessoas com deficiência.
Foram feitas, ainda, visitas ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e ao Conselho Tutelar do município de Poço Branco. Além disso, o dia seguiu com os atendimentos à população na estrutura montada na praça da igreja matriz de João Câmara, das 8h às 16h.
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