Não um resistir romantizado, como o da flor solitária que brota entre as fendas de uma pedra, e, a despeito das intempéries, resisti e distribui sua beleza e seu perfume, apaziguando a aridez do ambiente que a cerca.

Não.

O resistir da mulher é outro.

É biológico. É histórico. É social.

Biologicamente a mulher resiste por toda nossa espécie. Gera a vida. Ainda que muitas vezes, a vida que gera, cresça para combatê-la, como homens que menosprezam e ferem mulheres, a despeito de nascerem do ventre de uma igual.

Historicamente a mulher resiste, mesmo que seus feitos, por mais extraordinários, sejam relegados a notas de rodapé nos livros; mesmo que os relatos das grandes batalhas e movimentos empurrem sua participação e importância para a surdina de vultos sem rosto servindo comida e bebida ou prestando auxílio aos homens feridos.

E socialmente a mulher resiste, lutando todo dia por seu espaço, por igualdade, por liberdade, por respeito.

Nunca foi sobre receber flores ou aplausos. É sobre lutar para que todo dia seja como um * de março, em que mulheres são ouvidas, respeitadas e valorizadas.

Seguimos resistindo. Recebam o nosso elogio e admiração, mulheres do MPRN.

Texto elaborado pela equipe de edição.

2021 chegou, trazendo consigo a vacina; nossa mais cara esperança, agora real, palpável, mas nem tanto, porque somos tantos! E mais uma vez a vida nos cobra: paciência, comedimento, tranquilidade em meio ao caos.

2021 também trouxe novas cepas desse vírus e, junto a elas, mais angústia, mais medo, mais vidas perdidas.

Às vezes tudo parece tão in-su-pe-rá-vel que a gente pensa em entregar os pontos, em meter a cara e dar um “se liga” na vida, daqueles bem escrachados: “Se é pra morrer, eu vou viver até o último segundo!”

Mas aí a gente respira e não pira.

A gente lembra que a vida é mais do que uma balada, uma ida ao shopping ou à praia.

A vida é muito maior do que a minha vida ou a sua, e cada vida importa.

Então a gente volta pra dentro de casa, reassume papéis que não são nossos. Viramos novamente professores de nossos filhos, master chefs de meia tigela, lavadores de louça nas horas vagas e vamos seguindo, com fé, sabendo que o importante é chegarmos do outro lado dessa ponte vivos!

Nos encontramos lá!

Texto elaborado pela equipe de edição.